Como ensinar os pequenos a lidar com o dinheiro

  • 6 de maio de 2021
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Endividamento, descontrole financeiro, uso indevido do cartão de crédito. Estes e outros erros cometidos na vida adulta podem ser reflexo da falta de educação financeira na infância. Levantamento realizado pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) indica que mais de 60% dos alunos brasileiros não conseguem aplicar a matemática em situações simples do dia a dia. Isso inclui tarefas cotidianas, como administrar a mesada, mensurar o dinheiro necessário para uma compra e até mesmo pensar em uma reserva para necessidades futuras.

“Grande parte dos adultos não aprendeu a ter uma relação saudável com o dinheiro”, concorda o gerente da agência Sicredi Iguaçu PR/SC/SP em Campinas (SP), Carlos Liberato. De acordo com o especialista, muitas pessoas não se atentam para a importância de ter um planejamento de gastos, abrir uma conta em banco ou entender as vantagens e riscos de cada tipo de investimento, entre outras situações do dia a dia.

De acordo com Liberato, a educação financeira na infância é necessária, mas não precisa e não deve ser uma lição complicada. “Muito pelo contrário, precisa ser divertida e agregar conhecimentos, tanto para a criança quanto para os pais”, afirma.

Algumas escolas têm como disciplina extracurricular a educação financeira. Caso contrário, Carlos Liberato elenca algumas orientações que podem ser aplicadas pelos pais em vários momentos de convivência com as crianças. Confira as dicas:

 

1. De onde vem o dinheiro?

“É muito importante mostrar às crianças de que forma a família conquista o seu sustento. O primeiro passo nesse ensinamento é dar a noção de que o dinheiro é fruto de trabalho e dedicação e que essa atividade gera renda para a família. Explique aos filhos que você realiza tarefas e tem uma jornada diária a ser cumprida para, em troca, receber o salário”, destaca o especialista.

2. Mesada: útil ou não?

Dar mesada é uma forma de ensinar as crianças sobre como lidar com dinheiro de maneira “independente”. Desde cedo, é possível orientar os pequenos sobre a diferença entre o “desejo” e a “necessidade” de fazer uma compra. “A mesada também é um meio de educar sobre a importância da poupança. Com mais dinheiro guardado no cofrinho, eles aprenderão que é possível adquirir um brinquedo, uma roupa, um jogo ou alguma outra coisa de maior valor”, ressalta.

 

Divulgação

 

3. Façam compras juntos

“O momento de realizar compras, mesmo que de maneira online, pode se transformar em uma aula prática de economia. É importante que elas tenham noção do limite de dinheiro disponível para gastar naquela compra. Assim, poderão ajudar no planejamento do que é realmente necessário adquirir, descartando o que é supérfluo”, diz.

4. Sem desperdício

O dia a dia das crianças em casa também pode ser uma verdadeira aula de economia. “Sair de um ambiente da casa e desligar as luzes, tomar banhos rápidos, não desperdiçar comida, colocando no prato apenas o que vai comer, são medidas muito simples, mas que podem resultar em sobra de dinheiro para a família no final do mês, além de despertar a consciência para um consumo mais consciente”, explica.

5. Fale sobre dinheiro

Sempre que o assunto for oportuno, é importante conversar com as crianças sobre dinheiro. Como conquistar, como gastar e de que forma poupar os recursos são lições diárias que vêm acompanhadas de nomes e termos, como “banco”, “cartões”, “investimentos”, “poupança”, entre outros.