Os consumidores estão cada vez mais exigentes com a qualidade dos alimentos que consomem. Para eles, saber a procedência do que está no prato é primordial. No entanto este tipo de informação só é possível com a implantação de solução de rastreabilidade em toda a cadeia de alimentos. Para a indústria de carne bovina e leiteira, o monitoramento e a identificação dos animais são um bom começo para que se possa conquistar a confiança dos consumidores.
“O conceito ‘do pasto ao prato’ vem cada vez mais sendo difundido para mostrar ao consumidor qual foi a jornada que a comida fez para chegar à mesa. Mas não é algo tão simples assim, pois na indústria pecuária, há muitas etapas a serem seguidas ao longo do caminho. Por isso, o sistema de monitoramento animal é um aliado, pois fornece informações precisas sobre a saúde do rebanho e o bem-estar de uma vaca na fazenda. Por sua vez, a identificação bem feita fornece a possibilidade de implantar o rastreio em toda a cadeia, em que constam todos os processos de manejo”, explica o diretor comercial da Allflex – empresa que trabalha com soluções para identificação, monitoramento e rastreabilidade de animais -, Ivo Martins.
“Para que os consumidores obtenham confiança nos alimentos que comem, eles precisam de dados concretos confiáveis de toda a cadeia, comunicados a eles de maneira clara”, completa.
Por que a rastreabilidade da carne bovina é importante?
Embora a rastreabilidade seja relevante para todos os produtos alimentícios, a demanda e a complexidade são particularmente altas quando se trata de produtos à base de carne. A cadeia da carne bovina é muito longa, com muitos elos diferentes e, sem o compartilhamento de dados, ninguém pode ter certeza do que ocorreu exatamente na etapa anterior.
“O objetivo principal da implantação da rastreabilidade é criar um cenário que permita ao consumidor comprovar a rastreabilidade dos alimentos. Ou seja, que a carne que ele está comprando, por exemplo, é 100% garantida como um corte certificado. Além de dar credibilidade, essa solução também dá aos consumidores o controle do que estão realmente consumindo”, pontua o diretor comercial da empresa.
O outro incentivo apontado por Martins de uma solução de rastreabilidade baseada em dados é a segurança alimentar. “Caso um produto seja identificado com má qualidade é crucial rastrear sua procedência e antecipar-se a um problema maior na cadeia. Mais do que uma consideração hipotética, isso já ocorreu várias vezes, como a epidemia de peste suína na China, que levou à destruição generalizada de estoques, e o escândalo da carne de cavalo vendida como bovina, em 2012”, reforça.
Esforços para a construção da confiança na rastreabilidade
A Allflex possui várias soluções para ajudar nos esforços de rastreabilidade e no processo de construção de confiança com os consumidores. O exemplo principal são os identificadores visuais, que são à prova de violações e podem ter os números impressos personalizáveis. Um passo adiante, os brincos de identificação eletrônicos adicionam mais possibilidades de rastreabilidade.
Outro tipo de solução são os leitores conectados. Como as soluções da empresa já possuem a tecnologia da identificação eletrônica, a instalação de leitores em muitos locais diferentes torna possível relatar todos os eventos. Essa ferramenta fornece informações sobre tudo o que ocorre com um animal ao longo de sua vida. “Podemos implantar um leitor em um caminhão que informa que uma vaca específica é embarcada ou desembarcada. Ou ainda, é possível escanear uma vaca quando ela receber medicamentos para que o produtor possa saber quando o leite poderá ser aproveitado novamente”, explica.
Com os dados completos do ciclo de vida, é possível saber em qual fazenda o animal doente foi criado, por qual frigorífico foi comprado e abatido, em que fábrica de embalagem a carne foi enviada e em quais caminhões viajou, além de todo o caminho até o supermercado ou restaurante. Munidos com essas informações, é possível fazer um “recall do abate”, separando apenas os lotes que tiveram contato ou passaram pelos mesmos pontos com o animal doente, ao invés de ter que descartar toda a carne ou um rebanho inteiro.
Um bom exemplo de como o monitoramento da saúde das vacas pode aumentar a confiança do consumidor é a parceria firmada com a Nestlé. “Ao monitorar os animais 24 horas por dia, sete dias por semana com Allflex SenseHub, a Nestlé pode fornecer aos consumidores informações sobre o bem-estar dos animais de forma digital e baseada na ciência. Por sua vez, isso prova para os consumidores que sua comida é proveniente de animais bem cuidados, e é exatamente isso que eles querem saber”, ressalta o gerente de Monitoramento Allflex América Latina, Luciano Lobo.
Iniciativas inovadoras no mundo
Já existem várias iniciativas “do pasto ao prato” em andamento no mundo. Na Austrália, por exemplo, a Provenir – produtora de carne – fornece uma unidade móvel de processamento que vai até as fazendas parceiras, abate no local e entrega a carne diretamente à revenda. Além de reduzir o sofrimento dos animais durante o transporte, garante que a fonte da carne seja conhecida.
Da mesma forma, no setor de laticínios, a Lely, parceira da Allflex, lançou um sistema de processamento de laticínios na fazenda que permite que o leite seja pasteurizado e engarrafado ali mesmo. O sistema automatizado oferece aos produtores mais controle, reduzindo mão de obra e custos. Enquanto isso, os consumidores recebem um leite de qualidade e produzido de maneira sustentável.