O espetáculo Canastrões estreia no dia 1º de março, no Teatro Amil, em Campinas. No palco, duas gerações da família Gracindo fazem uma reflexão sobre o papel do ator no mundo atual.
Herdeiros de Paulo Gracindo (1911-1995), Gracindo Junior e seus filhos, Gabriel e Pedro, prestam uma homenagem ao “bem-amado” e ao seu ofício. Com texto e direção do encenador espanhol Moncho Rodriguez, a peça tem toques de musical e visual caprichado, com cenário e figurinos inspirados na Idade Média. Máscaras e marcações corporais remetem à commedia dell’arte e a grupos mambembes.
Pedro Gracindo toca alguns instrumentos, como rabeca, flauta e uma espécie de sanfona, em cena. “É um espetáculo construído a cada apresentação, trata-se de uma aula de teatro para todas as idades. No palco, é como se os três (eu, Gabriel Gracindo e Pedro Gracindo) fossem um ator só”, diz Gracindo Junior.
A dramaturgia mostra histórias, sonhos e desejos levando os personagens a percorrer a trajetória do teatro. Eles tiram recordações, tarefas de artistas e pensamentos de suas canastras – espécie de baú, de onde surgiu a palavra canastrão, que passou a ser sinônimo de mau ator.
A história se desenrola em rimas, alternando monólogos a diálogos bem-humorados. O texto de Moncho Rodriguez faz referências a clássicos como Hamlet, Macbeth (ambas de Shakespeare) e Antígona (de Sófocles).
O espetáculo estreou em Póvoa do Lanhoso, seguiu turnê pelo Norte de Portugal, por três meses, passando por Porto e Lisboa. Depois cumpriu temporada no Rio de Janeiro – entre junho e outubro do ano passado – e esteve em Recife, em janeiro último.
O espetáculo acontece às sextas e sábados, às 21h, e domingos, às 19h, até 31/03.
Foto: Guga Melgar