Muito se ouve falar sobre o chamado “chip da beleza”. Porém, é preciso cuidado com este método. Rodrigo Ferrarese, ginecologista e obstetra, alerta sobre o perigo da prescrição de hormônios para fins estéticos.
*Por Rodrigo Ferrarese
Vamos começar pelo nome: esqueça o termo “chip da beleza”. Primeiro, porque não se trata de um chip, mas sim de implantes, que são tubos de material inorgânico utilizados como uma via de administração de medicamento. Depois, porque a informação de que esse implante está relacionado à beleza não tem qualquer apoio da medicina ou de estudos clínicos.
O nome “chip da beleza” surgiu com o uso da gestrinona, medicamento muito usado no tratamento de endometriose, e que apresenta como efeito secundário uma ação androgênica, ou seja, aumenta os níveis de testosterona no organismo.
Observou-se então que o implante de gestrinona pode auxiliar a mulher a ter seu metabolismo acelerado e a melhorar seu perfil de musculatura e massa magra. Associada a exercícios físicos e dieta correta, o hormônio permite uma melhor definição do corpo, perda de peso e diminuição da celulite. Ainda, o “chip da beleza” melhora a disposição e aumenta a libido.
Mas é bom lembrar que assim como qualquer implante hormonal, o “chip da beleza” também pode apresentar efeitos colaterais negativos. No caso da gestrinona, é possível citar maior oleosidade e queda de cabelo (calvície), acne, aumento de retenção hídrica (inchaço), sangramento irregular, entre outros.
Assim, a gestrinona deve ser utilizada apenas para cumprir seu papel primário, que é o de tratar doenças como endometriose, adenomiose, miomatose (miomas), tensão pré-menstrual (TPM), reposição hormonal da menopausa, ou mesmo como método anticoncepcional.